quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Cerveja, coca, guaraná e água!

Há muito que não escrevo no meu blog e estava esperando uma situação interessante para voltar a ativa. Encontrei-a.

Hoje, 8 de dezembro de 2011, dia de Nossa Senhora da Conceição, fui mais uma vez ao morro da conceição como costumo fazer há muitos anos. Porém dessa vez foi mais marcante que das outras, pois por mais que eu aquele evento não me deixasse completamente a vontade, nunca me incomodou tanto quanto hoje. E afirmo, com precisão, que isso não é uma questão de fé.

O título deste texto pode parece impróprio – eu concordo – mas foi exatamente a primeira frase que ouvi enquanto caminhava em direção ao santuário. Era por volta de 10:45h da manhã, e o calor era digno da profanidade que integrava o lugar. Mais do que demonstrações de fé, pagamentos de promessas e afins, havia primitividade. Pessoa em condições subumanas, crianças seminuas pedindo pelas calçadas, alojadas em meio ao esgoto a céu aberto que descia do alto. Ambulantes, pedintes, representantes, todos esbanjando seus ideais capitalistas. E eu, em meio a tudo isso, não conseguia pensar em outra coisa que não fosse o fim dessa peregrinação.

Ao chegar no alto, mais uma decepção, o cheiro exalado pelo aglomerado de banheiros públicos era insuportável. Pode parecer mentira, mas era muito pior do que esses mesmos sanitários durante o carnaval.

Após essa “provação”, cheguei aos pés da santa – de fato, dessa vez, fiquei um pouco mais distante do que de costume – local mais concorrido do evento. Sinto pela falta concentração, mas não consegui proferir um simples sinal da cruz. Tenho eu pouca fé? Falta-me determinação e objetividade? Talvez.

O que não parei de questionar desde o momento inicial até agora é o que é a fé? Estaria nossa senhora satisfeita com tal quadro pintado em seu nome? Seria necessário tanta precariedade? Aos olhos de quem? Da santa? Dos fiéis? Esse é um mistério irrespondível.

Sinceramente, não sei o que busco na minha religiosidade. Mas hoje nada aflorou meu sentido religioso. A coisa mais digna que consegui pensar em meio aquele emaranhado de pessoas – dentre eles muitos afetados neuropsicologicamente – foi o quanto eu preciso estudar pra quem sabe um dia poder contribuir, ainda que indiretamente, para uma melhor condição da saúde mental das pessoas.

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